Por
Rosinha Martins
Nunca
foi fácil deixar-se educar por Deus, mas é saboroso!
Por
Rosinha Martins
Na carta aos Hebreus, o autor sagrado assim se expressa: “Meu filho, não desprezes a educação do Senhor,
não desanimes quando Ele te repreende, pois, o Senhor corrige a quem ele ama e
castiga a quem aceita como filho. É para
vossa educação que sofreis, e é como filho que Deus vos trata. No momento
mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um
fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados.” (Hb 12,
4-7.11-15)
Ao ler estas sapientíssimas
palavras aos Hebreus, - a meu ver, claro-, passa como que um filme em minha mente
das tantas vezes que Deus me educou, como me educou e como continua me
educando. E esta fala à comunidade hebreia, só me alivia, só me confirma algumas verdades
que vão e vem no meu coração.
Alguma vez já te
aconteceu de passar por momentos difíceis nos quais você se sentiu injustiçado
e se perguntou porquê com você, com o outro é diferente, ou ainda, porquê esta
pessoa sofre tanto se ela é tão boa, ou porquê essa doença para quem só fez o
bem, ou ainda, porquê este tipo de morte para uma pessoa que defendia a vida?
Em muitas situações me
fiz e faço esta pergunta. E a carta afirma que é uma forma de Deus nos educar,
nos corrigindo e se obedecermos, sentiremos paz.
Mas, como essa educação se dá no cotidiano? Por exemplo, imaginemos que eu adoraria fazer a faculdade de jornalismo
agora, mas não será possível. Então me empenho em resolver minha vida, por meio
de um outro trabalho, porque afinal de contas, preciso dar sentido à minha vida. Mas fica aquela tristeza no fundo. Lá na frente, consigo fazer a
faculdade de jornalismo e alcanço algumas benesses que talvez, com certeza, se tivesse feito antes não teria sido presenteado/a. Do ponto de vista cristão, para que
tem fé, Deus está me educando, me ensinando o melhor caminho para a felicidade.
Outro exemplo, no
cotidiano de minha existência, de repente, me deparo com a realidade de que terei
que conviver em casa ou no trabalho com uma pessoa, a meu ver, chata, ou que de
forma alguma não me agrada. Mais uma vez Deus quer me educar. A pessoa chata (a
meu ver – porque são as minhas experiência subjacentes, a Rosa que existe em
mim, a partir da minha educação, da família que tenho, das minhas histórias e referências
é que a denominam como chata, não necessariamente ela o seja)-, com a qual terei
que conviver, por honra da firma, como dizia minha mãe, é um instrumento de
educação que Deus coloca em minha vida porque Ele me ama e sabe que darei conta
de me deixar educar por meio desse ‘instrumento’.
Ou então, uma pessoa se
levanta com a cara fechada, não me dá ou não responde o meu bom dia e eu já
faço uma enxurrada de interpretações: “Está emburrada/o, está de mal comigo, não
quer falar comigo”. Tenho que abrandar e relaxar meu coração e minha mente. Até
aí estou preocupada/o comigo mesma, percebe? “Não fala comigo, não me responde”.
E se começo a pensar a partir dela? “Será
que está bem? Talvez passou mal à noite, talvez esteja concentrada/o em suas
responsabilidades. Percebe? Muda ou não muda? Fico ou não mais feliz se saio do
egoísmo? Deixar os outros viverem, com certeza me faz mais feliz.
Rosinha, não é possível,
você poderá me dizer. Eu eu replico: É possível. Gire a chave, ou seja, se permita
mudar seus conceitos, seu modo de ver aquela pessoa, seu modo de encarar as más
ações dela contra você. Virar
a chave é favorecer um outro modo de ver, é ampliar a visão, dar a oportunidade
de experimentar novas opiniões, de ver por outro ângulo. E
te confesso: milagres acontecerão. Milagre não, verdades, porque, afinal de
contas, você terá ralado muito em seu interior, malhado muito o seu espírito
para deixar-se educar.
Girar a chave para
deixar-se educar por Deus no cotidiano da nossa existência, sair da rigidez do
pensamento, reelaborar os pré-conceitos. Todos nós somos pré-conceituosos pois
lidamos com as pessoas a partir do conceito anterior que fazemos dela, pelos
nossos julgamentos. Antes mesmo de conhecermos uma pessoa já construímos um
conceito dela em nossa cabeça a partir do que ouvimos dos outros ou a partir do
como a vejo (Pode de ser que a cara dela, a cor dela, o jeito de andar, o jeito
de falar, o jeito de ser não me agrade e eu estabeleço conceitos, crio um “José”,
na minha cabeça a partir de mim e me fecho para conhecer quem de fato o “José é”.
Deixar-se educar por
Deus, se torna uma repreensão de Deus, não por Ele mesmo, mas eu tenho que
fazer uma reviravolta difícil, árdua na minha cabeça para viver o amor. Por
isso carta aos Hebreus diz que depois virá uma sensação de paz. E vem mesmo! Experimente!
Mas é graça e, esta graça vou alcançando nas conversas que vou tendo com Jesus,
com os santos da minha devoção, meditando a Palavra, no silêncio (noutro
momento falaremos do milagre do silêncio). O fruto desse árduo exercício do Eu
para amar é a paz, a justiça. O extremo desse deixar-se educar por Deus é a
profecia, a meu ver. Os profetas, as profetizas se exercitaram tanto na escuta,
no deixar-se educar por Deus que já não são eles que vivem, mas o ardente desejo
da justiça, da verdade.
E para finalizar, o Evangelho
de Marcos, no cap. 6, narra que o povo perguntava de onde vinha tanta sabedoria
daquele ‘pobrezinho’, ‘simplesinho’ do filho de José, tão conhecido deles.
Desde que aceitou a encarnação, Jesus, o Filho de Deus, que já era na
eternidade com o Pai e o Espírito, desde lá já se deixava educar pelo Pai.
Aprendeu a obediência pelo sofrimento, pelas críticas, pelas incompreensões, no
dia a dia. Mas, Ele via tudo isso como oportunidades e as aproveitava para
crescer no amor, e para ser Amor. Ele é a Palavra por excelência e nos ajuda e nos
ensina como vivermos felizes sem gastarmos energias desnecessárias por causa
dos nossos pré-conceitos. A cada dia de novo, é preciso mudar a chavinha!
Tenha um lindo dia!
Narre-nos, envie-nos a
sua experiência, para que cresçamos juntos! E poderemos publicá-la em breve em
nosso site.
rosinhamarketing@hotmail.com
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